terça-feira, 7 de junho de 2011

Silêncio

Silêncio...
Nele escreves o que sentes,
Nele vives o teu maior sonho...
Vives a profunda obscuridade dos sentimentos,
Silenciosos, secretos...

Silêncio...
Solta esse grito,
Esse grito silencioso
Que arde em ti...
Solta os sentimentos
Que vivem em ti...

Silêncio...
Obscuro, secreto, imortal...
Nos teus gestos
Residem as tuas palavras,
Nos teus gestos...
A tua arte vive...

Liberdade

Olho o mar lá no longe...
Encontro a profundidade do azul
Num horizonte distante.
No céu vejo o infinito,
Procuro tocá-lo, não consigo...nas ondas a Liberdade...
Sim a Liberdade!
O poder voar sonhando,
Construindo o mundo em meu redor.
O poder provar o sabor de ser vento,
E soprar livremente.
O poder ser Condor
E atravessar os céus num hino à Liberdade.
Apenas o poder de ser Livre...

...

Hoje o dia correu-me bem...
As arcadas encheram-se de brilho,
Tudo parecia renascer,
Como o reiniciar de um ciclo...
O dia estava lindo...
Tudo hoje era bom,
O Sol, o azul do Céu, a Vida...
Hoje voei...
Voei bem alto...
... Entreguei-me aos sonhos
E sonhei...
Tentei ser feliz
E consegui-o .
Tudo correu bem...
... E ao cair da noite...
Uma enorme Lua
Nasceu do rio...
Cheia, Branca, Linda...
Só veio completar o dia,
E iluminar a noite...
E assim completou o ciclo...

Razão Perdida

Diletantes pensamentos,
Perdidos no mar da razão,
Sem razão aparente.
São os sentimentos.
Sentimentos soltos e perdidos
Esquecidos pela análise
Racional da razão.
Obtidos em pequenos gestos,
Em Mitos sem Nome.
Encontrados numa maravilhosa visão.
Sentimentos que provocam esta tempestade
Quando lutam contra a razão.
Que devemos escolher?
A razão fria e lógica?
Ou o gosto pelo complexo,
Abstracto e até incompreensível
Mundo dos sentimentos.
Somos levados por vezes à loucura
Só por isto...
Perdemos o sentido da razão
Vagueamos por tudo...
E por nada...
Seremos mesmo loucos?
                            Ou estaremos apenas a entrar agora nessa loucura?
Não sei se queremos entrar nesta loucura...
Mas é certo que não conseguimos sair dela.
Deixámos a razão para trás.
Somos apenas,
Loucos seguidores dos sentimentos.
Guiamo-nos pelo que os sentimentos nos dizem
E não pensamos...
Já nem nos podemos considerar como
Filhos inconformados da razão...
Nem filhos dela somos...
Estamos perdidos.
E escorremos e loucura,
Em lágrimas de tinta sobre as brancas folhas de papel...
Apenas tentamos absorver-lhe o estilo,
E reproduzimo-lo em letras...
Produções que nos servem de escapatória;
Um escape à rotina e à normalidade.
Mas há uma coisa que nos mete medo,
Já nem temos a certeza de que nos conhecemos.

Num Suave Pensar...

Num suave pensar…
Procuro o sabor dos teus lábios.
Num gesto do pensamento,
Impulsionado pelo olhar...
Olhar esse separado da razão à nascença
E perdido desde que teve
Essa espantosa visão dos teus lábios...
Macios... brilhantes...
Como será?
Como será beijar-te,
Como será sentir os teus lábios...
Será bom?
Bom deve de ser!
Talvez como... tocar o infinito,
Ou tocar num anjo...
E tudo se resume a um brilho de sol,
Num soalheiro dia campestre,
Onde reina a paz,
E a visão de uma deusa...
Tu...
A personificação da beleza...
Para a ti vai este poema,
Escrito por quem não sabe...
Apenas sente...

Foo Fighters. Walk.

sábado, 4 de junho de 2011

A propósito das Eleições Legislativas de amanhã

Hoje, ao fim de duas semanas de loucuras políticas foi dia de reflexão para o cidadão Português ponderar bem o seu voto e de certa forma torná-lo Útil.
A Utilidade deste voo numa fase tão conturbada da história do nosso pequeno recanto Lusitano é algo muito discutível na medida em que será mesmo útil votar em alguém que se candidata? Senão vejamos; O X do poder diz que chegou a esta situação porque o Y da oposição não apoiou o Governo quando devia, o Y da oposição, mostrou-se logo nos primeiros dias pós queda do Governo estar "Pronto para Governar" mostrando assim a sua maior preocupação com o "Poleiro" do que propriamente com o País que amanhã irá votar. Isto é algo a que nos habituamos de há alguns anos a esta parte. Logo atrás surge um tal Sr. que de feiras muito gosta e este ano fez questão de ter não um, mas uma verdadeira panóplia de bonés, alguns de gosto bastante duvidoso, para se passear por tudo o que é mercado ou feira deste país. Claro está que não podemos esquecer o lado mais radical da esquerda que até caricaturado foi como estando contra tudo e todos e nem sequer quis tomar um chá com os Senhores da dita Troika. Pelo menos esta não era a Troika do Peres, Peres Troika houve uma e chegou para todo o mundo. Falando em tons de vermelho esses amigos mostram-se como sempre do lado do povo e ao fim de 90 anos ainda hoje o discurso pouco ou nada mudou, penso eu que já tenham deixado as cassetes e aderido ao mp3 mas o problema é que tudo muito bonito isto de se ser sempre a favor do povo mas os direitos todos também acarretam deveres com eles e um estado social que seja gastador terá sempre de ir buscar o dinheiro a algum lado.
Depois surgem alguns pequenos partidos que aparecem uns com história e o seu "eterno candidato" e outros vindos nem se sabe de onde, talvez de uma reunião de condomínio querer sarar as feridas do gigante apenas com um penso rápido. Não lhes critico a franqueza e vontade de mudança de políticas mas acho engraçado haver um partido pelos animais e plantas mas não haver um partido pelas crianças com deficiências graves ou pelos idosos abandonados pelos familiares em hospitais e lares.

Sem dúvida que o que mais me corrói por dentro são determinados comentários por parte de todo e qualquer cidadão votante em que não se mostram nada "inteligentes" para o domínio desta arma que é o voto. Frase que vão de - "Já lá está este, não me roubou nada mim por isso deixa ficar" ou "agora voto naquele porque não gosto deste" - são as piores coisas que se podem ouvir em democracia dando a sensação de que as pessoas perderam de alguma forma a capacidade de reconhecer o poder de um voto aliado a todos os demais. Infelizmente é a isso que se assiste nos últimos anos vendo o "Poleiro" a saltitar de entre apenas 2 partidos, "Hoje governo eu para amanhã governares tu", o que tem levado a pérolas da política nacional. Não é caso para menos quando se está no poder todos os deputados do partido eleito votam a favor dos Projectos Lei propostos pelo Governo, se se tratarem de deputados da oposição então temos voto contra, mas... e agora pergunto? Votar contra porque é uma má proposta e existe melhor em cima da mesa ou votar contra só para fazer oposição? Por vezes vejo-me forçado a acreditar na segunda hipótese. Depois claro nos temas quentes impõe-se a "Disciplina de Voto" na minha modesta opinião um instrumento de censura dos tempos da Democracia que priva os deputados de votarem como querem em prol do que quer o seu partido.

Resumindo amanhã é dia de Eleições Legislativas em Portugal... Se vou votar? Vou sim. Se será Úitl? Isso só poderei responder daqui a 4 anos.

Palavras Pintadas

Pintor eu sou,
As estrelas no céu pinto,
E pelo amor que por ti sinto,
A ti me dou...

De novo torno a pintar,
De novo um quadro,
Agora diferente,
Agora no papel,
Agora em palavras,
Nelas pinto o que sinto,
Nelas te pinto a ti,
Porque só tu me compreendes,
Porque só me tu me conheces.

E só tu as sabes ler,
Só tu as podes ver...
Só tu podes ver as Palavras Pintadas
Dentro deste quadro,
Porque só tu sentes a profundidade deste quadro.

Pintor eu sou,
As estrelas no céu pinto,
Mas sem querer,
Encontrei a mais bela delas todas, Tu!
Não te pintei, não te escrevi,
Mas lá estavas tu,
Radiante como um Sol.
És tu... a mais bela das Estrelas...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Caderno Primeiro

Pequenos estados psicológicos
Levam-nos a produzir,
O que para nós são palavras...
Muitos chamam arte...

Epílogo

Já vão longe os saudosos anos dos tempos de juventude em que o mundo mudava ao ritmo alucinante das horas que passavam sem parar para ao menos nos cumprimentar. Um "Bom dia" certamente ficaria bem. Mas o porto de abrigo, esse, mantinha-se sempre lá, inalterado com o passar dos anos. Paredes nuas e frias que aqueciam ao som das palavras de todos os que por ali passavam e paravam. 
As Arcadas na sua forma física eram o espaço onde passava muito do meu tempo fora de aulas nos últimos anos de escola, espaço que eternamente fica gravado na memória pelas recordações de tudo o que ali vivi, pequenos pedaços de história que fazem de mim o que sou hoje, pedaços que história que fazem o meu EU. Mas, contudo, as Arcadas eram mais do que apenas o espaço físico que ali se mostrava em todo o seu esplendor arquitectural, eram também um espaço criado cá dentro onde podia dar liberdade ao que nem sempre era possível dizer. Para isso, fui escrevendo e produzindo alguns rastos de pensamentos escorridos em tinta a que alguns chamaram de arte, que para outros eram rabiscos mas que para mim era o EU.

Assim eram as Arcadas... aquele espaço mítico por onde se passeavam todos os dias os planos, os sonhos, as alegrias mas também as tristezas e as desilusões.

Assim eram as Arcadas... assim são as minhas arcadas, o meu espaço que aquece ao som das palavras, as minhas palavras.