terça-feira, 5 de julho de 2011

Regresso às Arcadas!

Ironia de um destino traçado sabe-se lá por quem ou pelo quê, hoje voltei às Arcadas.

No ar pairava uma mistura de emoções, de saudade, de boas recordações e ao mesmo tempo alguma consternação. As Arcadas haviam sido "destruídas", o que se mostrava diante de mim já não era a velha escola secundária com todas as memórias escondidas em cada recanto e de mil palavras pintadas em cada pedra, agora diante de mim estava uma "nova fábrica de estudantes" preparados para após uma "fornada" alguns anos de estudo seguirem em frente para uma qualquer universidade. Perdeu-se o misticismo, a magia que havia no ar de um edifício que viu tanta coisa por si passar, tantas alegrias de boas notas e tantas lágrimas por um ou outro chumbo. As Arcadas essas, fisicamente falando ficaram agora "forradas" a vidro e deixaram de ser o local de convívio de cada intervalo ou de cada "furo" no horário, agora são a entrada da escola onde se pode consultar a funcionária para nos indicar tudo, porque nada é igual. Mas uma pequena recordação está neste novo átrio, um velho conjunto cadeira-mesa do nosso antigo anfiteatro. Quem sabe se não tive aulas ali sentado?

A Magia de outrora deu lugar a um local moderno mas sem o carisma e sem história, perdeu-se o valor de outros tempos para dar lugar a um sítio igual a outros tantos com cores mais "jovens" como o lilás e a velha madeira de aspecto tosco de com a idade dos nossos avós agora foi substituída por novos móveis de aspecto moderno onde se misturam os aglomerados de madeira com plásticos de aspecto IKEA.

Mas... onde está a velha escola? Não velha por estar deteriorada mas por ser isso mesmo... antiga. Desapareceram móveis como os da Biblioteca que tinha aquele aspecto típico das Bibliotecas em que as paredes estão forradas a prateleiras de madeira cheias de livros, muitos deles bem antigos. Talvez se tenha ganho na eficiência e na qualidade para assim melhorar a qualidade do ensino mas não seria possível fazer tudo isso preservando o passado?

As Arcadas desapareceram no seu espaço num tempo que já não é o seu, fica agora a memória de quem por lá viveu e de lá revive agora dias de um brilho diferente em que tudo era mágico e a vida corria ao ritmos dos toques da campainha sem esquecer as tolerâncias de cinco minutos.

As Arcadas estão vivas, estão vivas dentro de cada um de nós, são os nossos espaços interiores de reflecção, onde somos quem somos, como somos e porque somos... onde realmente somos... Nós!

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