sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Surto de malária na Grécia sem risco de contágio a Portugal - Sociedade - PUBLICO.PT


Ainda agora vim dos países "da Malária" e mal deixei a medicação para não sofrer de tal coisa e não é que ela vem para cá? Pelo menos está mais perto!

Para quem não está totalmente dentro do assunto, ou pelo menos está menos dentro do assunto do que eu que fui obrigado a entrar em tal, a profilaxia para a prevenção da malária e/ou para o tratamento da mesma tem uns efeitos secundários em tudo semelhantes aos da própria doença, efeitos esses que não se pautam por serem nada bons, senão vejamos alguns que constavam na bula do medicamento Mephaquin o qual estive a tomar a propósito da visita ao Djibouti: tonturas, náuseas, vómitos, perda de apetite, dor abdominal, dor de cabeça, dor física, sonolência, alterações digestivas, mal estar, cansaço, alterações motoras, tremores, retenção de água nos tecidos, fraqueza muscular, ataques de pânico, alucinações, estados de depressão, etc, etc, etc. Felizmente não se manifestam todas estas coisas em qualquer um nem todas ao mesmo tempo, nem estas nem todas as outras que não escrevi aqui. A verdade é que a malária ainda é uma dura realidade de países em África mesmo aqui por baixo de nós enquanto aqui já estamos a dar a doença como erradicada da Europa há anos. Deixo uma questão no ar: E se... chegasse a Portugal? Convém dizer que cada caixinha com 8 comprimidos de Mephaquin custa 21,98€ e no tratamento de pessoas infectadas tomam-se doses de vários comprimidos por dia, quem pagará tal coisa? Será o SNS capaz de fazer frente a tal situação? Quem pergunta desta situação fala também de todas as outras que corremos riscos numa altura em que as crianças são já tão independentes que nem nascem em maternidades mas sim em ambulâncias tal cúmulo de rebeldia em que fogem de casa mesmo antes de nascer.

Isto da malária e de todas as outras doenças mais ou menos graves que se possam tornar em epidemias são factor de preocupação para todos obviamente, mas mais óbvio ainda é tudo o resto em torno da saúde pública e da forma como o assunto é tratado em Portugal. Vejamos; a minha querida avó felizmente ainda com um brilho nos olhos vive na sua pacata vida numa pequena aldeia da Beira, distrito de Coimbra, do alto dos seus 81 anos vê a vida a passar a cada dia a um ritmo lento e governado pelo tratar horta, nada pequena para aquela idade, e pelo alimentar dos animais que ainda tem. Bem, a minha querida avó é um cidadão deste país tal como eu e tal como todos os demais, a verdade, é que ela tal como imensas pessoas que vivem em zonas isoladas não têm acesso fácil a cuidados de saúde, alguns deles básicos. Eu sei que não podemos ter um hospital totalmente equipado em cada localidade ou em cada concelho mas se pensar que para fazer um exame de diagnóstico básico ela tem de se deslocar a Coimbra, fazendo mais de 70km desde a sede de concelho, onde se situa o centro de saúde da área, porque o clínico que lá se encontrar apenas tem como ferramenta de trabalho as suas mãos tal e qual um oleiro que molda barro com as mãos.


Surto de malária na Grécia sem risco de contágio a Portugal - Sociedade - PUBLICO.PT

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