sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz 2012!

Que tenham umas boas entradas em 2012, são os votos da Arcada Lusitana



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Almoço de Natal do trabalho!

Esperem lá... Natal? Tem graça que pensei que este ano já nem houvesse tal coisa cá para o Rectângulo Lusitano, sim, porque para a Ilha das Bananas parece que vão ter um sapatinho três milhões mais recheado do que o nosso por cá. Também não gosto de ver as pessoas tristes e também merecem um bom Natal por terras de Gonçalves Zarco.

Hoje lá para uma tal de base naval teve lugar o repasto de Natal do navio onde participei na Operação Ocean Shield 2011. Um dia bem passado, mais pela companhia de tais convivas do que pelo repasto em si pois a contenção obriga a apertar o cinto.

No fim uma agradável surpresa, pois da minha participação no concurso de fotografia durante a missão Ocean Shield duas fotos por mim tiradas foram as mais votadas pelos restantes elementos tendo ficado em 1º e 2º lugar. Fico muito contente pelo reconhecimento de todos os que nelas votaram e claro por terem sido as preferidas quando estavam em jogo fotos de muito boa qualidade artística e fotográfica por parte de outros elementos.


Deixo aqui as imagens que espero serem do vosso agrado.

2º prémio


1º prémio

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Surto de malária na Grécia sem risco de contágio a Portugal - Sociedade - PUBLICO.PT


Ainda agora vim dos países "da Malária" e mal deixei a medicação para não sofrer de tal coisa e não é que ela vem para cá? Pelo menos está mais perto!

Para quem não está totalmente dentro do assunto, ou pelo menos está menos dentro do assunto do que eu que fui obrigado a entrar em tal, a profilaxia para a prevenção da malária e/ou para o tratamento da mesma tem uns efeitos secundários em tudo semelhantes aos da própria doença, efeitos esses que não se pautam por serem nada bons, senão vejamos alguns que constavam na bula do medicamento Mephaquin o qual estive a tomar a propósito da visita ao Djibouti: tonturas, náuseas, vómitos, perda de apetite, dor abdominal, dor de cabeça, dor física, sonolência, alterações digestivas, mal estar, cansaço, alterações motoras, tremores, retenção de água nos tecidos, fraqueza muscular, ataques de pânico, alucinações, estados de depressão, etc, etc, etc. Felizmente não se manifestam todas estas coisas em qualquer um nem todas ao mesmo tempo, nem estas nem todas as outras que não escrevi aqui. A verdade é que a malária ainda é uma dura realidade de países em África mesmo aqui por baixo de nós enquanto aqui já estamos a dar a doença como erradicada da Europa há anos. Deixo uma questão no ar: E se... chegasse a Portugal? Convém dizer que cada caixinha com 8 comprimidos de Mephaquin custa 21,98€ e no tratamento de pessoas infectadas tomam-se doses de vários comprimidos por dia, quem pagará tal coisa? Será o SNS capaz de fazer frente a tal situação? Quem pergunta desta situação fala também de todas as outras que corremos riscos numa altura em que as crianças são já tão independentes que nem nascem em maternidades mas sim em ambulâncias tal cúmulo de rebeldia em que fogem de casa mesmo antes de nascer.

Isto da malária e de todas as outras doenças mais ou menos graves que se possam tornar em epidemias são factor de preocupação para todos obviamente, mas mais óbvio ainda é tudo o resto em torno da saúde pública e da forma como o assunto é tratado em Portugal. Vejamos; a minha querida avó felizmente ainda com um brilho nos olhos vive na sua pacata vida numa pequena aldeia da Beira, distrito de Coimbra, do alto dos seus 81 anos vê a vida a passar a cada dia a um ritmo lento e governado pelo tratar horta, nada pequena para aquela idade, e pelo alimentar dos animais que ainda tem. Bem, a minha querida avó é um cidadão deste país tal como eu e tal como todos os demais, a verdade, é que ela tal como imensas pessoas que vivem em zonas isoladas não têm acesso fácil a cuidados de saúde, alguns deles básicos. Eu sei que não podemos ter um hospital totalmente equipado em cada localidade ou em cada concelho mas se pensar que para fazer um exame de diagnóstico básico ela tem de se deslocar a Coimbra, fazendo mais de 70km desde a sede de concelho, onde se situa o centro de saúde da área, porque o clínico que lá se encontrar apenas tem como ferramenta de trabalho as suas mãos tal e qual um oleiro que molda barro com as mãos.


Surto de malária na Grécia sem risco de contágio a Portugal - Sociedade - PUBLICO.PT

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

D de Djibouti

Recentemente estive afastado do país por motivos profissionais e na minha viagem passei por um ou outro local mais ou menos interessante. Um desses locais talvez dos menos interessantes foi o Djibouti.

O Djibouti é um, relativamente pequeno, país de África que faz fronteira a sul com a Somália, a oeste com a Etiópia e a norte com a Eritreia, junto com o Yémen formam o estreito que separa o Mar Vermelho do Golfo de Áden. Como tive oportunidade de privar com alguns colegas, este é sem dúvida o pior país por onde todos nós tínhamos passado. A chegada foi através de navio o que deu logo para um vislumbre do pior do país nas docas com muito lixo pelos caminhos um cheiro muito mau e tudo muito mal cuidado.

Na saída para a rua impressionou ver miúdos de rua a disputarem o nosso lixo nos contentores do cais com cães e pessoas deitadas e sentadas junto aos edifícios como que à espera de algo que tarda em vir, quem sabe a morte.

Os táxis são bastante degradados e segurar a porta em andamento foi apenas uma das peripécias, ao que constou, da última passagem por este país, foram fretados autocarros de transporte do pessoal para o centro da cidade, logo terminaram com os mesmo pois os taxistas apedrejavam-nos por sentirem-se "roubados" no negócio. Entrar num táxi tinha sempre 2 dilemas; o primeiro era se chegava-mos ao destino e o segundo era quanto ia custar a viagem, no Djibouti o preço dos táxis é negociável mas após se entrar e mais ou menos pelo meio da viagem o motorista já quer um novo preço e sempre mais alto do que o acordado antes do início da viagem, o que pode não parecer um problema mas por lá é um problema e dos grandes visto a maior parte dos motoristas ser também polícia nem sempre "dentro da lei".

Nas ruas do centro a pobreza está presente em cada canto por onde se ande mas por outro lado e em contraste uma pequena sala com duas caixas de multibanco tem um funcionários para a manter limpa e impedir que seja usada como dormitório.

A outra face.

A oura face é nem mais nem menos do que um enorme complexo hoteleiro numa península junto à cidade à qual para se aceder tem de se atravessar um bloqueio de estrada guardado por homens armados de AK-47, as velhinhas Kalashnikov, arma que também tive oportunidade de ver na rua apesar de não estarmos a falar de um país em guerra.
Este resort era o Djibouti Palace Kempinski criado por investidores do Dubai e inaugurado pelo Sheikh Ahmed Bin Mohamed bin Rashid Al Maktoum, chairman da Dubai Events Manegment & Organization. Um resort com 254 quartos e 55 apartamentos, com todas as mordomias, bares, ginásios, discoteca sala de reuniões e conferêcias bem como uma sala de refeições com buffet de almoço de muito boa qualidade. Bem a contrastar com tudo o que vi fora desta área totalmente reservada a alguns.

Não que tenha entrado em contacto com tal realidade mas falava-se na altura que a taxa de SIDA e de outras doenças sexualmente transmissíveis rondava um número acima dos 90%, o que nem será de estranhar pois pelo que vi mesmo os cuidados de saúde mais básicos mal existem.

Para visitar existe o Lac Assal, um lago com uma grande área coberta por sal. No centro da cidade não encontrei nada que possa dizer digno de referência para visitar, os maiores monumentos serão por ventura as mesquitas mas para as quais não é permitida a nossa entrada.

Este é o meu retrato de um país que vive num limiar de pobreza e onde não se pensa no próximo iPhone ou nas festas das revistas cor de rosa, pensa-se sim no que comer amanhã. Enfim sobrevive-se.

Foto: Filipe Cardoso

Foto: Filipe Cardoso

Foto: Carlos Rodrigues

Foto: Carlos Rodrigues

Foto: Carlos Rodrigues

Foto: Carlos Rodrigues

Acerca da greve geral



... e o país parou!

Logo hoje que precisava de realizar exames médicos, foi dia de greve geral. Bem pelo menos o local onde os realizei e apesar de ser uma presa pública da qual muito mal se diz no que toca a greves, leia-se a TAP, mais concretamente o serviço de saúde da mesma, a verdade é que até saí mais cedo de casa para evitar as longas filas que se prometiam ao som da falta de transportes por toda a cidade. Qual o meu espanto que o trânsito até que estava bem normal e mesmo a 2ª circular junto ao aeroporto estava bem calminha, estranho pensei. Vendo bem as coisas até que tem lógica porque à excepção dos piquetes de greve existentes à porta de diversas empresas e organismos públicos, devidamente acompanhados pela PSP à razão de 1 agente por cada sindicalista, as pessoas parece que extrapolaram a ideia de greve e todo o conceito associado a ela.

Sendo eu de um sector profissional impossibilitado de gozar de tal direito tal como o comum cidadão, isto das greves faz-me alguma confusão confesso, mas entendo que greve é permanecer no local de trabalho e na recusa em exercer a sua função até que se chegue a um consenso com a entidade patronal, algo que claramente aqui até que está a acontecer, o Governo debita novas alterações ao código de trabalho e os sindicatos logo ripostam com uma greve quando se sentem desprezados e que as suas reivindicações não estão satisfeitas. Certo! Mas agora pergunto: onde estão todos os grevistas? Na rua? No local de trabalho ou à porta do mesmo? Ou será que aproveitaram o dia para ir para ficar por casa gozando de um dia extra dedicado ao "nadismo"? Seja qual for a situação de todo e qualquer grevista penso que deve de caber a cada um dos que pode fazer greve a reflexão de tal acto e o que isso poderá implicar para si e para a sua entidade patronal. Compreendo os motivos que levam a tal acontecimento e apesar de não me poder manifestar a verdade é que também sou afectado pelos mesmo motivos, mas por outro lado penso que parar o país por um dia não é a solução mais viável. Tomo como exemplo os trabalhadores da Sicasal que foram afectado por um incêndio na sua fábrica por estes dias que passaram. Confesso que me senti apreensivo quanto ao futuro de tais trabalhadores ou de parte deles pois com a perca de dias de produção o mais certo era o despedimento de uns quantos funcionários. A administração apressou-se a dizer que possivelmente não haveriam postos de trabalho em causa o que é de louvar, mas mais de louvar ainda foi a atitude dos trabalhadores que rapidamente deitaram mãos à obra numa tentativa de devolver a fábrica aos dias de produção no mais breve espaço de tempo possível, assegurando assim que logo que possível a mesma comece a laborar a todo o gás, possibilitando assim a manutenção dos postos de trabalho.

Não me interessa aqui agora voltar a cantar a cantiga dos tão já falados sacrifícios que nos são pedidos numa época como aquela em que vivemos e a verdade é que também sinto que já me sacrifiquei o suficiente mas ao mesmo tempo não acho que meter o país em "Pause" no leve a lado algum, senão vejamos; por cada dia de paragem nosso quantas unidades de um qualquer produto se produz noutro país e que nós importamos? Certo é que todos compramos produto A em detrimento do produto B por causa do preço, muitos desses produtos são fabricados em países como a China que está a emergir tornar-se na mais poderosa economia mundial. Se pararmos para pensar no porquê do preço de um produto chinês custar muito menos que um produto nacional veremos que não se deve a direitos dos trabalhadores ou a dias de greve, se somos tão defensores dos nossos direitos então porque optamos por comprar produtos de um país onde a mão de obra é tratada como escrava?

As atitudes melhores e piores dos nossos políticos são também o reflexo de toda a nossa sociedade e cabe a todo e qualquer um que a ela pertence fazer a diferença, cabe a cada um de nós. Não podemos permitir que fulano A não passe factura e com isso não paguemos IVA tal como não podemos permitir que fulano B roube um banco, qual delas a menos legal?

domingo, 17 de julho de 2011

Lausanne cidade olímpica.

Primeiro passeio após chegada

A uma curta meia hora de comboio, Lausanne era o meu destino para estes dias na Suiça. Logo na saída da imponente gare podemos ler "Lausanne Capitale Olympique", era pois a denúncia de uma cidade importante. Situada na margem norte do lago Léman, Lausanne não é uma cidade grandiosa nem de largas ruas. Na verdade estende-se pelas encostas sobranceiras ao lago o que me lembra a nossa querida Alfama e Castelo que obriga a um esforço redobrado nas pernas, vale o metro. Dizem que esta é a cidade mais pequena com metro, e eu sem dúvida que acredito mas não posso deixar aqui de referir a eficiência e pontualidade do mesmo.


Lac Léman

Lausanne tal como toda a Suiça sobreviveu às Guerras que assolaram a Europa no início do século passado, fruto de uma mais ou menos discutível neutralidade, por isso, os edifícios mais antigos, pelo menos os datados, são na sua generalidade do século XIX com uma arquitectura muito interessante em muito bem preservada.

Esta é uma cidade bastante limpa onde não vi animais vadios e todos os caixotes do lixo tinham saquinhos para os "presentes" caninos, algo que infelizmente por aqui rapidamente desaparece para ser usado em outros fins. Apesar da cidade ser totalmente ao ritmo de "sobe e desce", o transporte apreciado é sem dúvida a bicicleta, prova disso são as centenas para não dizer o milhar delas estacionadas junto à Gare de comboios, pela cidade toda existem áreas de parqueamento das "biclas". Descobri mais tarde para para se circular com uma na cidade, além do capacete recomendado é obrigatório a utilização de luz frontal e traseira bem como de um selo que se pode adquirir nos correios da cidade. Outro meio bastante difundido também são as motas do tipo "acelera" de 50cc para as quais existem também diversos parques próprios, Lausanne não é uma cidade anti-carro mas o parqueamento nas ruas é limitado em tempo e apesar de não ter consultado acredito que tenha um preço bem Suiço.

Uma das minhas primeiras visitas na cidade foi um parque a norte da mesma com uma torre integralmente em madeira e escadas em caracol até ao topo, nada melhor para exercitar as pernas. No final e já acima das copas das árvores circundantes, que são bem altas diga-se, podemos vislumbrar a cidade toda até ao lago. Do outro lado do lago já é França para onde existem ferries regulares e um bonito ferry turístico de rodas de propulsão laterais bem ao estilo Mississippi River. Apesar do dia bastante coberto conseguia-se ainda vislumbrar bastante em redor da torre, dizem, que em dias de tempo muito limpo se consegue ver o repuxo de água de Genebra, pena aquele dia não ter sido assim.

Ferry turístico de Lausanne

Torre de Madeira

Lago no parque da torre

Habitante do lago junto à torre

Uma visita que se mostrou também muito interessante foi aos jardins do Palace de Justice um edifício mais de arquitectura muito cuidada e certamente dá época que referi acima neste texto, aliado a uma área de jardim bastante cuidada, um espaço muito agradável. Já que o tema são os jardins devo referir também a visita ao Parc Milan e logo colado ao Jardim Botânico para o qual não se paga entrada e na entrada a norte é apenas um pequeno portão de meia altura com uma inscrição: "Fechar quando passar". Toda a área junto ao lago está com áreas verdes e muito espaço para caminhar, as criança brincarem sem o problema da estrada.

Palace de Justice

Adjacente ao Palace de Justice estava este lindo Palácio com uma fantástica esplanada

Já no lago e na última estação da linha M2 do metro de Lausanne, que é Ouchy, estamos numa zona que é muito virada para o turismo com grandes hotéis alguns deles de imenso requinte e muitas estrelas a encimarem-lhes o nome, esta é uma zona nobre. Virados para o lago e seguindo para a esquerda depressa encontramos os Jardins do Museu Olímpico, onde está também o Museu. As fotos falam por si de quão belo é este espaço.



Entrada dos Jardins do Museu Olímpico

 Entrada do Museu



Diversas estátuas nos Jardins do Museu Olímpico

Muito mais poderia escrever acerca desta bela cidade plantada à beira do lago Léman e que me apaixonou logo no primeiro dia e às primeiras imagens, cheiros e sensações. Deixo que as imagens contem o resto da história.

Place Riponne - Biblioteca e Catedral por trás

As Arcadas na Suiça

Os próximos posts irão contar a minha passagem por esse belo país que é a Suiça. Muito mais do que queijo, chocolates e relógios pretendo deixar aqui não apenas o que vi da Suiça mas sim o que senti dela, e não, não é apenas um destino de emigrantes de baixas qualificações que vão para lá à procura de um melhor salário. A Suiça torna-se hoje, como tive oportunidade de privar com tais pessoas, um destino de Portugueses de altas qualificações nas mais diversas áreas e que na falta de propostas realmente excitantes por cá seguem em rumo a um outro destino, não à procura apenas de um nível de vida melhor mas sobretudo à procura de algo motivante e que justifique todo o seu esforço em anos e anos de estudo.

Swiss Tourism: We'll Do Anything, Flag ironer

terça-feira, 5 de julho de 2011

Regresso às Arcadas!

Ironia de um destino traçado sabe-se lá por quem ou pelo quê, hoje voltei às Arcadas.

No ar pairava uma mistura de emoções, de saudade, de boas recordações e ao mesmo tempo alguma consternação. As Arcadas haviam sido "destruídas", o que se mostrava diante de mim já não era a velha escola secundária com todas as memórias escondidas em cada recanto e de mil palavras pintadas em cada pedra, agora diante de mim estava uma "nova fábrica de estudantes" preparados para após uma "fornada" alguns anos de estudo seguirem em frente para uma qualquer universidade. Perdeu-se o misticismo, a magia que havia no ar de um edifício que viu tanta coisa por si passar, tantas alegrias de boas notas e tantas lágrimas por um ou outro chumbo. As Arcadas essas, fisicamente falando ficaram agora "forradas" a vidro e deixaram de ser o local de convívio de cada intervalo ou de cada "furo" no horário, agora são a entrada da escola onde se pode consultar a funcionária para nos indicar tudo, porque nada é igual. Mas uma pequena recordação está neste novo átrio, um velho conjunto cadeira-mesa do nosso antigo anfiteatro. Quem sabe se não tive aulas ali sentado?

A Magia de outrora deu lugar a um local moderno mas sem o carisma e sem história, perdeu-se o valor de outros tempos para dar lugar a um sítio igual a outros tantos com cores mais "jovens" como o lilás e a velha madeira de aspecto tosco de com a idade dos nossos avós agora foi substituída por novos móveis de aspecto moderno onde se misturam os aglomerados de madeira com plásticos de aspecto IKEA.

Mas... onde está a velha escola? Não velha por estar deteriorada mas por ser isso mesmo... antiga. Desapareceram móveis como os da Biblioteca que tinha aquele aspecto típico das Bibliotecas em que as paredes estão forradas a prateleiras de madeira cheias de livros, muitos deles bem antigos. Talvez se tenha ganho na eficiência e na qualidade para assim melhorar a qualidade do ensino mas não seria possível fazer tudo isso preservando o passado?

As Arcadas desapareceram no seu espaço num tempo que já não é o seu, fica agora a memória de quem por lá viveu e de lá revive agora dias de um brilho diferente em que tudo era mágico e a vida corria ao ritmos dos toques da campainha sem esquecer as tolerâncias de cinco minutos.

As Arcadas estão vivas, estão vivas dentro de cada um de nós, são os nossos espaços interiores de reflecção, onde somos quem somos, como somos e porque somos... onde realmente somos... Nós!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Silêncio

Silêncio...
Nele escreves o que sentes,
Nele vives o teu maior sonho...
Vives a profunda obscuridade dos sentimentos,
Silenciosos, secretos...

Silêncio...
Solta esse grito,
Esse grito silencioso
Que arde em ti...
Solta os sentimentos
Que vivem em ti...

Silêncio...
Obscuro, secreto, imortal...
Nos teus gestos
Residem as tuas palavras,
Nos teus gestos...
A tua arte vive...

Liberdade

Olho o mar lá no longe...
Encontro a profundidade do azul
Num horizonte distante.
No céu vejo o infinito,
Procuro tocá-lo, não consigo...nas ondas a Liberdade...
Sim a Liberdade!
O poder voar sonhando,
Construindo o mundo em meu redor.
O poder provar o sabor de ser vento,
E soprar livremente.
O poder ser Condor
E atravessar os céus num hino à Liberdade.
Apenas o poder de ser Livre...

...

Hoje o dia correu-me bem...
As arcadas encheram-se de brilho,
Tudo parecia renascer,
Como o reiniciar de um ciclo...
O dia estava lindo...
Tudo hoje era bom,
O Sol, o azul do Céu, a Vida...
Hoje voei...
Voei bem alto...
... Entreguei-me aos sonhos
E sonhei...
Tentei ser feliz
E consegui-o .
Tudo correu bem...
... E ao cair da noite...
Uma enorme Lua
Nasceu do rio...
Cheia, Branca, Linda...
Só veio completar o dia,
E iluminar a noite...
E assim completou o ciclo...

Razão Perdida

Diletantes pensamentos,
Perdidos no mar da razão,
Sem razão aparente.
São os sentimentos.
Sentimentos soltos e perdidos
Esquecidos pela análise
Racional da razão.
Obtidos em pequenos gestos,
Em Mitos sem Nome.
Encontrados numa maravilhosa visão.
Sentimentos que provocam esta tempestade
Quando lutam contra a razão.
Que devemos escolher?
A razão fria e lógica?
Ou o gosto pelo complexo,
Abstracto e até incompreensível
Mundo dos sentimentos.
Somos levados por vezes à loucura
Só por isto...
Perdemos o sentido da razão
Vagueamos por tudo...
E por nada...
Seremos mesmo loucos?
                            Ou estaremos apenas a entrar agora nessa loucura?
Não sei se queremos entrar nesta loucura...
Mas é certo que não conseguimos sair dela.
Deixámos a razão para trás.
Somos apenas,
Loucos seguidores dos sentimentos.
Guiamo-nos pelo que os sentimentos nos dizem
E não pensamos...
Já nem nos podemos considerar como
Filhos inconformados da razão...
Nem filhos dela somos...
Estamos perdidos.
E escorremos e loucura,
Em lágrimas de tinta sobre as brancas folhas de papel...
Apenas tentamos absorver-lhe o estilo,
E reproduzimo-lo em letras...
Produções que nos servem de escapatória;
Um escape à rotina e à normalidade.
Mas há uma coisa que nos mete medo,
Já nem temos a certeza de que nos conhecemos.

Num Suave Pensar...

Num suave pensar…
Procuro o sabor dos teus lábios.
Num gesto do pensamento,
Impulsionado pelo olhar...
Olhar esse separado da razão à nascença
E perdido desde que teve
Essa espantosa visão dos teus lábios...
Macios... brilhantes...
Como será?
Como será beijar-te,
Como será sentir os teus lábios...
Será bom?
Bom deve de ser!
Talvez como... tocar o infinito,
Ou tocar num anjo...
E tudo se resume a um brilho de sol,
Num soalheiro dia campestre,
Onde reina a paz,
E a visão de uma deusa...
Tu...
A personificação da beleza...
Para a ti vai este poema,
Escrito por quem não sabe...
Apenas sente...

Foo Fighters. Walk.

sábado, 4 de junho de 2011

A propósito das Eleições Legislativas de amanhã

Hoje, ao fim de duas semanas de loucuras políticas foi dia de reflexão para o cidadão Português ponderar bem o seu voto e de certa forma torná-lo Útil.
A Utilidade deste voo numa fase tão conturbada da história do nosso pequeno recanto Lusitano é algo muito discutível na medida em que será mesmo útil votar em alguém que se candidata? Senão vejamos; O X do poder diz que chegou a esta situação porque o Y da oposição não apoiou o Governo quando devia, o Y da oposição, mostrou-se logo nos primeiros dias pós queda do Governo estar "Pronto para Governar" mostrando assim a sua maior preocupação com o "Poleiro" do que propriamente com o País que amanhã irá votar. Isto é algo a que nos habituamos de há alguns anos a esta parte. Logo atrás surge um tal Sr. que de feiras muito gosta e este ano fez questão de ter não um, mas uma verdadeira panóplia de bonés, alguns de gosto bastante duvidoso, para se passear por tudo o que é mercado ou feira deste país. Claro está que não podemos esquecer o lado mais radical da esquerda que até caricaturado foi como estando contra tudo e todos e nem sequer quis tomar um chá com os Senhores da dita Troika. Pelo menos esta não era a Troika do Peres, Peres Troika houve uma e chegou para todo o mundo. Falando em tons de vermelho esses amigos mostram-se como sempre do lado do povo e ao fim de 90 anos ainda hoje o discurso pouco ou nada mudou, penso eu que já tenham deixado as cassetes e aderido ao mp3 mas o problema é que tudo muito bonito isto de se ser sempre a favor do povo mas os direitos todos também acarretam deveres com eles e um estado social que seja gastador terá sempre de ir buscar o dinheiro a algum lado.
Depois surgem alguns pequenos partidos que aparecem uns com história e o seu "eterno candidato" e outros vindos nem se sabe de onde, talvez de uma reunião de condomínio querer sarar as feridas do gigante apenas com um penso rápido. Não lhes critico a franqueza e vontade de mudança de políticas mas acho engraçado haver um partido pelos animais e plantas mas não haver um partido pelas crianças com deficiências graves ou pelos idosos abandonados pelos familiares em hospitais e lares.

Sem dúvida que o que mais me corrói por dentro são determinados comentários por parte de todo e qualquer cidadão votante em que não se mostram nada "inteligentes" para o domínio desta arma que é o voto. Frase que vão de - "Já lá está este, não me roubou nada mim por isso deixa ficar" ou "agora voto naquele porque não gosto deste" - são as piores coisas que se podem ouvir em democracia dando a sensação de que as pessoas perderam de alguma forma a capacidade de reconhecer o poder de um voto aliado a todos os demais. Infelizmente é a isso que se assiste nos últimos anos vendo o "Poleiro" a saltitar de entre apenas 2 partidos, "Hoje governo eu para amanhã governares tu", o que tem levado a pérolas da política nacional. Não é caso para menos quando se está no poder todos os deputados do partido eleito votam a favor dos Projectos Lei propostos pelo Governo, se se tratarem de deputados da oposição então temos voto contra, mas... e agora pergunto? Votar contra porque é uma má proposta e existe melhor em cima da mesa ou votar contra só para fazer oposição? Por vezes vejo-me forçado a acreditar na segunda hipótese. Depois claro nos temas quentes impõe-se a "Disciplina de Voto" na minha modesta opinião um instrumento de censura dos tempos da Democracia que priva os deputados de votarem como querem em prol do que quer o seu partido.

Resumindo amanhã é dia de Eleições Legislativas em Portugal... Se vou votar? Vou sim. Se será Úitl? Isso só poderei responder daqui a 4 anos.

Palavras Pintadas

Pintor eu sou,
As estrelas no céu pinto,
E pelo amor que por ti sinto,
A ti me dou...

De novo torno a pintar,
De novo um quadro,
Agora diferente,
Agora no papel,
Agora em palavras,
Nelas pinto o que sinto,
Nelas te pinto a ti,
Porque só tu me compreendes,
Porque só me tu me conheces.

E só tu as sabes ler,
Só tu as podes ver...
Só tu podes ver as Palavras Pintadas
Dentro deste quadro,
Porque só tu sentes a profundidade deste quadro.

Pintor eu sou,
As estrelas no céu pinto,
Mas sem querer,
Encontrei a mais bela delas todas, Tu!
Não te pintei, não te escrevi,
Mas lá estavas tu,
Radiante como um Sol.
És tu... a mais bela das Estrelas...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Caderno Primeiro

Pequenos estados psicológicos
Levam-nos a produzir,
O que para nós são palavras...
Muitos chamam arte...

Epílogo

Já vão longe os saudosos anos dos tempos de juventude em que o mundo mudava ao ritmo alucinante das horas que passavam sem parar para ao menos nos cumprimentar. Um "Bom dia" certamente ficaria bem. Mas o porto de abrigo, esse, mantinha-se sempre lá, inalterado com o passar dos anos. Paredes nuas e frias que aqueciam ao som das palavras de todos os que por ali passavam e paravam. 
As Arcadas na sua forma física eram o espaço onde passava muito do meu tempo fora de aulas nos últimos anos de escola, espaço que eternamente fica gravado na memória pelas recordações de tudo o que ali vivi, pequenos pedaços de história que fazem de mim o que sou hoje, pedaços que história que fazem o meu EU. Mas, contudo, as Arcadas eram mais do que apenas o espaço físico que ali se mostrava em todo o seu esplendor arquitectural, eram também um espaço criado cá dentro onde podia dar liberdade ao que nem sempre era possível dizer. Para isso, fui escrevendo e produzindo alguns rastos de pensamentos escorridos em tinta a que alguns chamaram de arte, que para outros eram rabiscos mas que para mim era o EU.

Assim eram as Arcadas... aquele espaço mítico por onde se passeavam todos os dias os planos, os sonhos, as alegrias mas também as tristezas e as desilusões.

Assim eram as Arcadas... assim são as minhas arcadas, o meu espaço que aquece ao som das palavras, as minhas palavras.